A vitória do conservador
Novembro 25, 2011
Laura Abreu Cravo
Evoluir de uma relação hermenêutica para uma relação hermética. E estar-se nas tintas.
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Novembro 25, 2011
Laura Abreu Cravo
Evoluir de uma relação hermenêutica para uma relação hermética. E estar-se nas tintas.
Novembro 24, 2011
Laura Abreu Cravo
Tenho seguido a polémica da nova campanha publicitária da Benetton e devo confessar que me passa ao lado a motivação para as ferozes manifestações de indignação que tenho visto por parte de alguns católicos.
Em primeiro lugar, o Papa tem todo o direito de processar a marca. Independentemente de ser, na minha opinião, uma óptima campanha, é mais do que legítimo que Bento XVI e o Vaticano não aceitem que a sua imagem seja manipulada e usada por uma sociedade com fins lucrativos para vender camisolas.
Dito isto, aqui cessa a minha capacidade de perceber a indignação. A campanha é forte, polémica, envolve várias altas personalidades, mas não é jocosa, agressiva ou desqualificadora das pessoas em causa. Eu gostei, e se tivesse sido um cartoonista, um artista plástico ou uma qualquer entidade com fins não lucrativos a fazê-la, não teria a menor das dúvidas em recomendar aos indignados um lexotan.
Bento XVI não é apenas um líder espiritual, é um relevantíssimo agente político. E a sua imagem, neste caso concreto, foi usada para promover uma mensagem de conciliação. Posso estar enganada, mas se essa é também uma das mensagens da Igreja (pela qual tanto lutou João Paulo II no seu pontificado), os indignados não estão preocupados com a mensagem final passada pela utilização daquela imagem. Estão indignados porque lá está um beijo na boca entre aquelas duas pessoas. E, sinceramente, desde a primária que ver beijos na boca deixou de ser causa de sobressalto.
Novembro 22, 2011
Laura Abreu Cravo
Novembro 22, 2011
Laura Abreu Cravo
Eu bem tento não me alienar totalmente do mundo e dos nossos tempos e agarrar-me a uma réstia de comunhão sócio-cultural, mas a tarefa dos snobes é muito facilitada com a programação televisiva que nos atropela diariamente.
Primeiro, gostava que alguém tivesse a simpatia de me explicar porque é que temos 675 programas sobre gordos. De certeza que não bastava um? E os tais dos encantadores de cães? Não podem limitar-se a ter um blogue com os contactos para o caso de se dar a emergência de sermos abocanhados e não termos uma espingarda ali à mão?
Como se isto não fosse suficiente, acabei de tropeçar num reality show para noivas cujo objectivo é ir acumulando plásticas, semana a semana, para que a vencedora suba ao altar completamente remodelada.
O que me preocupa mais não são os gordos, os maluquinhos dos donos dos cães ou as infelizes das noivas. O que me preocupa é que todos eles têm uma audiência. E isso, meus amigos, já é coisa para me fazer questionar a democracia. Porque esta gente tem direito de voto.
Novembro 21, 2011
Laura Abreu Cravo
Novembro 21, 2011
Laura Abreu Cravo
"Apenas casei, meu irmão, o sangue que girava nas suas veias, de nobre que era, degenerou para servil. Enojou-me quando o vi sentado a meu lado nos salões da condessa de Santa Bárbara, a quem chamava afectuosamente irmã, e a quem pedia perdão de a ter trazido à força ao trono de opulência em que a via sentada. Lembra-se muito bem que o encarei com uma certa compaixão que se dói do carácter rasteiro."
Mistérios de Lisboa, Camilo Castelo Branco
Novembro 17, 2011
Laura Abreu Cravo
Women's power e assim, tudo muito bonito, mas o certo é que, à conta da emancipação selvagem a que sou, todos os dias, sujeita, acabei a jantar gaspacho de pacote do Pingo Doce num dia de frio de rachar, tudo porque não havia ninguém para assegurar a logística da central de compras doméstica.
As mulheres da minha geração vão percebendo o importante não é procurar no homem com quem se casa, o nosso pai, mas sim a mãe. A nossa, a dele, ou qualquer uma que vá às compras. E saiba coser botões.
Novembro 14, 2011
Laura Abreu Cravo
Era raro enganar-se naquelas coisas. Cheirava à distância as falhas de carácter que considerava graves e inultrapassáveis e afastava-se desses antes que pudessem ter qualquer espécie de papel na sua vida. Mas, um dia, enganou-se. Conheceu uma pessoa cheia de fragilidades e inseguranças que disfarçava a ineptidão com uma generosidade sabuja.
Todos lhe diziam que era um verme, um homem sem princípios, de pequenos gestos e grandes trapaças. Ela ignorou os inúmeros avisos de conhecidos comuns e irresponsavelmente deu à criatura o acesso ao seu círculo e uma perigosa proximidade dos seus. Ele começou por fingir que os admirava também, cobrindo-os de bajulações reles. Ela defendeu-o sempre, até à última e irrefutável prova do seu engano e imperdoável ingenuidade. Influenciou aqueles que, mais tarde, iriam sofrer mais directamente nas mãos dele para que o defendessem também. E assim o fizeram. Sempre.
Até que chegou aquele dia, — um dos piores da sua vida — e ali estava, à sua frente, a materialização da traição, o comportamento torpe, covarde e infame.
Nunca percebeu se ele o fez por dinheiro ou pura inveja, mas o móbil era irrelevante. Um homem não faz aquilo. Ele acha que traiu um dos dela, mas o Direito tem um instituto chamado culpa in eligendo, (a responsabilidade pela escolha do terceiro que pratica o acto ilícito).
A culpa, agora, era só dela. Tal como seria o acerto das contas.
Novembro 11, 2011
Laura Abreu Cravo
Que o tipo que se limita a guardar a chave do cofre ache que se pode comportar como se fosse o dono da massa que lá está.
Novembro 11, 2011
Laura Abreu Cravo
Ainda antes das 8:30, num típico cabeleireiro de senhoras, ao Marquês de Pombal, a minha manicure e os Strokes.